terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Onde entra João, entra Maria

Eustáquio Augusto dos Santos, editor do Blog do Parque

Temos na Câmara Municipal um vereador do PT raivoso, gosta de brigar e xingar mas não tem argumentos para defender uma causa. Cita Mandela para falar em segregação no Parque da Barragem Santa Lúcia.
Eu não sou presidente de coisa alguma, mas criei uma associação para defender um espaço público frequentado por idosos aposentados, 90 por cento dos praticantes de caminhadas no local. E o fiz a pedido deles, entre os quais me incluo, idoso que também sou.

Os moradores do Aglomerado Santa Lúcia não frequentam a pista de caminhada pois são trabalhadores sem tempo para a prática diária de tal exercício. Ali, na pista de caminhada, estão apenas os mesmos 15 ou 20 bandidos mirins, adolescentes malfeitores, que assaltam em bandos de 4 ou cinco, de surpresa, sem dar condições de reação às vítimas. São maus, porque não se contentam em “apenas” assaltar, mas jogam suas vitimas ao chão, chutam seus rostos, seus corpos frágeis, gritam palavrões, intimidam. As polícias não os enfrentam.

O movimento na pista de caminhada diminuiu em 60 por cento. Agora caminham por ali apenas os poucos desavisados do perigo que correm, aqueles que evitam o lado onde estão os campos de futebol, e os bandidos adolescentes, que agora, quase sem vítimas para atacarem, conseguiram destruir os pedalinhos e ameaçam tocar fogo na Ilha do Encantamento, a instalação da artista chinesa Jennifer Wen Ma.

O cercamento não é solução definitiva, sabemos todos. Pode diminuir o problema, pois cerceia a liberdade de fuga dos assaltantes. O ideal seria que estes meninos estivessem nas escolas, tivessem pais presentes e representassem o preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Mas estes, naturalmente, não conseguirão chegar a serem idosos como nós, apesar de estarmos desprotegidos em nosso próprio Estatuto dos Idosos.

As cercas protegem as plantas e o meio ambiente, protegem pessoas porque inibe a ação dos meliantes, é assim em inúmeros parques em Belo Horizonte, em todos os parques das estâncias hidrominerais de Minas, é assim no Rio e São Paulo, em Nova Iorque, Paris, Berlim ou Moscou. O Parque Municipal de BH é cercado. Só não o é o Parque da Barragem Santa Lúcia.

Aliás, o cercamento já existe no Parque da Barragem. Mas para proteger os frequentadores dos campos de futebol e tênis, 100 por cento deles moradores do Aglomerado Santa Lúcia.

Por favor, não falem em segregação os demagogos do momento, porque, em portões abertos, onde entra João, entra Maria.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Ja andei muito,venho de longe,como diria aquele velho caudilho.Entretanto, nunca vi cercas em parques.
    Vi,sim,muros de arrimo,cercas vivas,alguns gradeamentos esteticos tambem.Mesmo em N.Y., nos anos de 1970,quando a violencia imperava na Big Apple, nao vi cercas ou portas no Central Park.
    As quadras,essas,sim,gradeadas nao pela segurança dos jogadores mas dos transeuntes. Ja que bolas,principalmente de baseball,podem machucar. O cercamento,definitivo ou nao, eh retrocesso.
    Eh piada pronta.Antiga.Como a do sujeito que pegou a mulher com outro no sofa e vendeu o sofa.
    Anunciamos a venda do sofa e a mulher vai continuar com outro. Sou a favor de qualquer movimento que enriqueça a regiao. Mas nao me venham com mais do mesmo e apoio de politicos de terceiro escalao,comprometidos com agendas escusas e viciadas.Isso eh demagogia. O resto,bem,eh jogo jogado. Vejo-me cercado de distopias.Essa eh mais uma.

    ResponderExcluir