domingo, 14 de dezembro de 2014

Maria Dolores, auditora: o trabalho escravo está em Venda Nova


Maria Dolores Brito Jardim (foto) mora na Avenida Guaicuí, no Luxemburgo, e é frequentadora assídua do Parque da Barragem, seja de bike, seja caminhando com sua poodle Tina, de 8 anos. Quanto dá tempo, chega a ir todos os dias.

Auditora fiscal do Ministério do Trabalho, ela faz parte do Gertraf, grupo especial de combate ao trabalho análogo ao trabalho escravo, muito mais comum do que se pensa no Brasil do Século XXI.

Também ao contrário do que se imagina, o escravo dos tempos modernos não lida na roça, onde os produtores rurais da atualidade na maioria das vezes respeitam a legislação trabalhista.

Não, eles estão aqui na cidade mesmo, especialmente nas capitais brasileiras, notadamente no Nordeste do país. 

São bolivianos e haitianos que, quase sempre, são explorados pelos próprios conterrâneos, que chegaram há mais tempo.

Em Belo Horizonte, eles se concentram principalmente na região de Venda Nova, onde trabalham ou na construção civil ou na indústria de confecções. Vivem em condições sub-humanas, dormem em caixotes, são confinados em verdadeiros cubículos.

“Vejo tanta coisa triste que preciso vir ao Parque para espairecer”, diz Dolores. 

Segundo ela, a força-tarefa integrada por funcionários da Polícia Federal, do Ministério Público e dos Ministérios do Trabalho e da Justiça já conseguiu resgatar, somente neste ano, 46 mil escravos urbanos. (post Tetê Rios)

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