quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A crise é grave. Chegou no lava a jato


Nascido e criado no Aglomerado Santa Lúcia, Gustavo Pereira (foto) ganha a vida lavando carros no Parque da Barragem, é o lava a jato da Artur Bernardes.

Pai de dois filhos, ele morava na avenida Artur Bernardes que circunda o parque,  dá acesso ao morro, em terreno de 100 m2 e, como outras centenas de famílias, teve sua casa desapropriada para dar lugar a uma grande avenida que vai ligar os bairros São Bento/Santa Lúcia ao Sion.

Diferentemente da maioria de seus vizinhos, Gustavo não quis se mudar para os apartamentos novinhos em folha do Programa Vila Viva, no Alto Santa Lúcia. 

Pegou o dinheiro da indenização e comprou outra casa, nas vizinhanças, onde já se instalou com a família. Conta que muitos vizinhos preferiram buscar outros bairros mais distantes ou cidades nos arredores da capital, como Contagem.

Mas ele preferiu ficar perto do trabalho. O problema, neste momento, é que a crise chegou até para os clientes antigos, gente ali de perto, donos de carros de luxo, que estão sumindo.

“Antes, nos finais de semana, eu lavava 16, 17 automóveis. Nos dias de semana, nunca eram menos de seis. Eu dava emprego para quatro ajudantes. Hoje, lavo de dois a três carros por dia, e olhe lá. Tive de reduzir os ajudantes a apenas um”, enxugar o negócio, reclama Gustavo.

Falante e bem humorado, ele se lembra dos bons tempos em que, nas sextas-feiras,  trabalhava até por volta das 19h. Atualmente, encerra o serviço ao meio dia. 

“Todo mundo está reclamando da crise e, mesmo eu baixando os preços da lavagem, de R$30 para R$ 25, a clientela desapareceu. Eu nunca vi uma crise assim em toda a minha vida”, constata, desiludido.

Gustavo é conhecido na região porque, antes de se tornar lavador de carros, trabalhou durante seis anos como segurança da academia do outro lado da rua. Há sete anos cuida dos carros dos frequentadores do parque e dos moradores dos arredores.

Ele conta que paga a Copasa pela água que usa, tem até um medidor ao lado da barraca do coco. Sua conta chegava a R$200 por mês, nos tempos das vacas gordas. Mesmo reclamando, ele espera que as coisas melhores neste 2016.

Enquanto isto, Gustavo vai vigiando o vai e vem das pessoas que chegam para a caminhada diária e, distraídas, acabam tropeçando nos passeios irregulares, muitos deles danificados pelas raízes das árvores.

“Já vi muita gente cair por aqui, principalmente pessoas idosas”, diz. Ele bem que tentou resolver o problema, com um remendo de massa de cimento e areia. Mas a solução durou pouco tempo. (Post Tetê Rios)

Um comentário:

  1. Lidia Maria da Fonseca6 de janeiro de 2016 às 14:20

    Nossa! A que ponto chegamos com este governo do PT. Quer dizer que as pessoas estão sem dinheiro até para lavar carro? FORA PT.

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